A morte súbita em atletas é caracterizada pela parada cardíaca inesperada durante ou logo após a prática de atividades físicas. Estudos mostram que de um a três em cada 100.000 atletas jovens podem ser acometidos por essa fatalidade. Em atletas mais velhos, o risco é ainda maior, geralmente associado a doenças cardíacas preexistentes.
Ter informação sobre esse tema permite, não apenas a identificação precoce de sinais de risco, mas também o fortalecimento da cultura de prevenção e cuidado entre atletas, treinadores e profissionais de saúde.
Conhecer os fatores envolvidos e saber como agir pode fazer toda a diferença para salvar vidas e garantir uma prática esportiva mais segura para todos.
Entenda quais são os principais fatores de risco
Os fatores de risco variam conforme a faixa etária. Em jovens, a principal causa é a cardiomiopatia hipertrófica, uma doença caracterizada pelo espessamento anormal do músculo cardíaco. Outras causas incluem anomalias congênitas das artérias coronárias, miocardites (inflamações do músculo cardíaco), síndromes de predisposição a arritmias, como a Síndrome do QT longo e a Síndrome de Brugada.
Em atletas acima de 35 anos, a doença arterial coronariana lidera como fator de risco, muitas vezes associada a história de hipertensão, diabetes, tabagismo e dislipidemias. Uso de drogas estimulantes e situações como a concussão cardíaca também podem precipitar eventos fatais.
Quais são os sinais de alerta?
Infelizmente, em muitos casos, a morte súbita é o primeiro e único sinal da doença. Contudo, alguns sintomas devem acender um sinal de alerta:
- Desmaios (especialmente durante o exercício): podem indicar alterações no ritmo cardíaco ou obstruções no fluxo sanguíneo, sendo sempre motivo de investigação médica.
- Dor no peito: a dor torácica durante a prática esportiva pode ser sinal de isquemia do miocárdio, devendo ser levada muito a sério.
- Palpitações intensas: a percepção de batimentos cardíacos acelerados, irregulares ou muito fortes pode ser um indicativo de arritmias que necessitam de avaliação.
- Falta de ar desproporcional ao esforço: sentir cansaço extremo ou dificuldade para respirar em atividades que normalmente seriam bem toleradas, é um sinal de alerta para possíveis problemas cardíacos ou pulmonares.
- Histórico familiar de morte súbita: antecedentes familiares aumentam significativamente o risco e indicam a necessidade de avaliações cardiológicas preventivas.
Ao menor sinal desses sintomas, é essencial procurar um cardiologista especializado para avaliação.
Como é feito o diagnóstico e a prevenção?
A prevenção é a nossa maior aliada, começando pelo diagnóstico precoce, que é feito por meio de avaliação cardiológica detalhada, incluindo:
Anamnese rigorosa: uma conversa detalhada com seu médico cardiologista para identificar sintomas, hábitos de vida, antecedentes médicos e histórico familiar de doenças cardíacas ou morte súbita.
Exame físico minucioso: avaliação do coração, pressão arterial, presença de sopros cardíacos e outros sinais clínicos relevantes.
Eletrocardiograma (ECG): exame simples e rápido, que registra a atividade elétrica do coração, podendo detectar arritmias, sinais de sobrecarga ou outras alterações.
Ecocardiograma: exame de imagem que utiliza ultrassom para visualizar as estruturas do coração, permitindo avaliar seu funcionamento e identificar possíveis anormalidades anatômicas.
Teste de esforço: monitora a atividade cardíaca durante o exercício físico, podendo revelar problemas que não se manifestam em repouso.
Ressonância magnética cardíaca: indicada em casos específicos, fornece imagens detalhadas do músculo cardíaco, sendo útil para diagnóstico de doenças mais complexas.
Programas de avaliação pré-participação esportiva têm sido muito eficazes na identificação de pessoas em risco. Além disso, a presença de desfibriladores externos automáticos (DEA) em ambientes esportivos é fundamental para a resposta rápida em situações de emergência.
Quais medidas podem salvar vidas?
Avaliações médicas periódicas são fundamentais, tanto para atletas profissionais quanto para amadores, pois possibilitam a detecção precoce de condições que podem levar à morte súbita.
Como já foi dito antes, outra medida essencial é a presença de desfibriladores externos automáticos (DEA) em locais de prática esportiva. A disponibilidade desses equipamentos e o treinamento adequado de treinadores, atletas e equipe técnica para utilizá-los pode fazer toda a diferença em casos de emergência.
Além disso, a capacitação em ressuscitação cardiopulmonar (RCP) aumenta significativamente as chances de sobrevivência em situações críticas.
Por fim, tenha hábitos de vida saudáveis, com controle rigoroso dos fatores de risco cardiovasculares, como hipertensão, colesterol elevado, diabetes e tabagismo. Lembre-se: a prevenção é a chave para evitar a morte súbita.
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